Imagina a cena: são 7h da manhã de uma quarta-feira. Você ainda nem terminou o café quando chega uma mensagem:

"Hoje é dia de pagar a escola das crianças. Quer que eu cuide disso pra você?"

Sem abrir aplicativo, sem lembrar de senha. Só um "sim" e pronto. O pagamento foi realizado, você continuou no controle mas, agora, com um copiloto.

Foi com essas provocações que o Bruno Franco começou o painel com o Bruno Dinato e o Felipe Castro, da Friday, sobre Daily Banking no palco do banco BV no Web Summit Rio desse ano.

A pergunta que norteou a conversa era simples, mas poderosa: como os brasileiros estão mudando a relação com o dinheiro e os bancos?

O papo rendeu muito, e condensamos os aprendizados mais relevantes nessa edição da #wemenews.

Os bancos estão deixando de ser bancos?

Sim! Ou pelo menos estão tentando. A nova lógica é ser relevante no dia a dia das pessoas, não só nos boletos e extratos:

• Beyond Banking: bancos oferecendo produtos e serviços não financeiros (como marketplaces).

• Embedded Finance: empresas de outros setores oferecendo serviços financeiros (como crédito no varejo).

Resultado? Um movimento para criar “super apps” e estar presente em mais momentos da vida do cliente.

O brasileiro tem, em média, quase 6 contas bancárias. Em 2023, 40% testaram ou trocaram de banco. O que move? A busca por uma experiência digital melhor.

Quer receber esta newsletter em seu e-mail? Inscreva-se aqui.

Seu banco vai falar com você antes mesmo de você pensar nele

A IA (inteligência artificial) vai começar a chegar até você.

“O futuro da relação com o dinheiro é ‘finanças com sim’: o agente te propõe algo, e você só diz sim ou não.” – Felipe, da Friday

Do pagamento automático de um serviço da casa à sugestão de um investimento melhor, os assistentes financeiros estão ficando cada vez mais proativos. Mas a IA também tem limites, especialmente em um setor que não admite erros como o financeiro.

Por isso, boas práticas estão sendo estabelecidas:

• IA interpreta, mas não executa transações financeiras - ainda.

• Segurança é prioridade: sistemas determinísticos garantem que o “sim” seja executado com precisão.

• Feedback dos usuários e testes com IA supervisora ajudam a melhorar as respostas constantemente.

A experiência conta mais do que a fidelidade

Os participantes reforçaram: fidelidade ao banco não é mais a regra. Relevância e confiança são a nova moeda.

Nesse cenário, oferecer experiências personalizadas, fluídas e contextuais é o que define quem será o “hub” das finanças da pessoa. E com o Open Finance e a iniciação de pagamentos, o jogo ficou ainda mais interessante — você pode controlar várias contas de um lugar só.

E o tema da educação financeira poderá ser para quem quer, e para quem não quer também

Educar é importante. Mas não dá pra esperar que todo mundo vá ler planilhas e entender rentabilidade. A chave pode estar em ensinar enquanto resolve.

“Tem gente que aprende resolvendo. E está tudo bem. Agentes financeiros podem ser essa ponte.” – Bruno Dinato, da weme.

Os bancos enfrentam o desafio dos legados e da reinvenção

Startups começam do zero. Bancos, não. A reinvenção exige coragem de tomar decisões mesmo sem garantia do melhor cenário.

“O maior desafio é alinhar toda a organização para olhar o valor do cliente ao longo do tempo, não o valor de cada produto isolado.” – Bruno Dinato, weme

A estrutura precisa acompanhar a ambição: arquitetura tecnológica, dados integrados e uma cultura voltada para a melhor experiência possível, em todos os momentos.

👁️ 2030: o que a gente vê no horizonte?

• Agentes financeiros iniciando interações, e não você.

• Experiências propositivas, hiperpersonalizadas.

• Confiança construída com base em boas decisões, não só em interfaces bonitas.

• E, talvez, a marca do banco aparecendo somente em segundo plano.

Tem muita coisa pra explorar ainda sobre o futuro das finanças, e o Web Summit foi palco de muitas inovações e desafios que ainda iremos enfrentar.

Esse talk, em específico, junto com o Banco bv está disponível na gravação abaixo: