Bizhack Cast

O papel da liderança na transformação da indústria farmacêutica, com André Alterman

No último episódio do BizHack Cast, nós recebemos o André Alterman, com mais de 15 anos de experiência no setor farmacêutico, para uma conversa que foi muito além da tecnologia.

Publicado em

16 de outubro de 2025

16 de outubro de 2025

Um olhar humano sobre inovação

No último episódio do BizHack Cast, nós recebemos o André Alterman, Marketing & Sales Execution Lead na Pfizer, com mais de 15 anos de experiência no setor farmacêutico, para uma conversa que foi muito além da tecnologia.

Ao lado de Fernanda Formicola, Digital Innovation Manager na weme, André compartilhou sua trajetória e os aprendizados de quem vem transformando um dos mercados mais regulados e tradicionais do mundo: a indústria farmacêutica.

O ponto de partida? Um princípio simples — e potente:

“A única coisa que eu posso mudar sou eu mesmo. Se eu for um líder melhor, a equipe vai estar melhor, e o resultado vem junto.”

Quando o controle se torna obstáculo

Durante o papo, um dos momentos mais marcantes foi a reflexão sobre por que a inovação na indústria farmacêutica ainda caminha devagar.

Segundo André, o setor nasceu dentro de uma lógica de controle e segurança — absolutamente necessária quando se trata de saúde. Mas esse mesmo DNA, hoje, se torna um limitador da experimentação.

“A indústria nasceu num modelo de controle. Agora, o desafio é aprender a experimentar — com segurança, mas com ousadia.”

Enquanto outros setores, como o financeiro e o varejo, já constroem ambientes seguros para testar e errar, a farma ainda opera sob o pensamento de que “sempre foi assim”.

E é aí que entra o papel da liderança.

Inovar é jogar pingue-pongue

André usa uma metáfora para explicar a persistência necessária para inovar dentro de ambientes complexos:

“Inovar na indústria farmacêutica é jogar pingue-pongue. Para cada objeção, você tem que devolver uma solução. O problema é que o braço cansa — e muita gente desiste.”

Essa fala sintetiza o que ele chama de liderança de convicção: a capacidade de insistir nas boas ideias mesmo diante das resistências.

Foi assim que ele e seu time transformaram um projeto que estava prestes a ser cancelado em um case de sucesso, com crescimento de 500% em poucos meses, apenas reorganizando papéis e trazendo especialistas certos para o time.

“Convicção move tudo. Mesmo quando eu não sabia exatamente o que fazer, eu tinha clareza do porquê estava fazendo.”

O desafio do mindset

Ao longo da conversa, André volta a um ponto central: a transformação digital não é sobre ferramentas, mas sobre pessoas.

Ele cita um desequilíbrio cada vez mais evidente nas organizações: há muito investimento em tecnologia, mas pouco em formar líderes que saibam fazer a inovação acontecer.

“A balança está desequilibrada: há muito desenvolvimento de ferramentas e pouco desenvolvimento de líderes.”

Para ele, a inovação só se sustenta quando há lideranças preparadas para conduzir mudanças culturais, e não apenas projetos pontuais.

É sobre construir times que saibam co-criar, desafiar com propriedade e sustentar novas formas de trabalhar.

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Créditos da foto: Umbrella Media Productions

O futuro da saúde é personalizado — e humano

O papo também mergulhou nas transformações do setor de saúde.

Com o avanço da inteligência artificial, a indústria caminha para um modelo de hiperpersonalização, tanto na relação com médicos quanto com pacientes.

Mas, segundo André, o grande desafio está em equilibrar tecnologia e empatia.

“O paciente de hoje é digital, curioso e informado. Ele assiste a médicos no YouTube, pesquisa sintomas no Google e espera experiências personalizadas.”

Para isso, a indústria precisa sair do modelo “one size fits all” e abraçar o taylor-made — com dados, IA e, principalmente, sensibilidade.

“O mínimo que ele espera é que a gente entenda quem ele é — e entregue algo relevante, no canal e no momento certo.”

Liderar é viver no futuro

A conversa se encerra com uma provocação que resume o espírito do episódio:

“Líderes precisam passar mais tempo no futuro do que no presente. Porque se não estiverem lá, o futuro nunca vai acontecer.”

Para André, o papel da liderança é antecipar o que precisa ser feito, inspirar o time e criar as condições para o novo nascer.

É sobre combinar visão e humanidade, duas forças que, juntas, movem qualquer transformação.

Quer conferir esse papo completo? Confira em nosso youtube: